sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Pedalusp inaugura base de empréstimo na estação Butantã






Foram inauguradas nesta quarta-feira (22), na estação Butantã do metrô (na linha 4-amarela), os dois primeiros pontos definitivos do Pedalusp, o sistema de empréstimo de bicicletas desenvolvido na Universidade. As novas bases de empréstimos ligarão o trajeto entre o metrô e o Centro de Visitantes, que fica próximo à portaria 1 da Cidade Universitária, na Zona Oeste da capital.




Além das novas bases, foi entregue também uma ciclorrota com sinalização viária, que tem cerca de 1.100 metros de extensão e passa pelas ruas Engenheiro Bienor, Gaspar Moreira e pela avenida Afrânio Peixoto.

O sistema de empréstimo do Pedalusp vai continuar o mesmo. Através da carteirinha da USP, os alunos, professores e funcionários poderão retirar uma bicicleta e utilizá-la por um período que agora foi estendido para 30 minutos - 10 a mais do que o tempo permitido durante a fase de testes. A ciclorrota, assim como o Pedalusp, vai funcionar de segunda à sexta-feira, das 6 às 22 horas, exceto feriados. O Pedalusp vai disponibilizar 16 bicicletas para empréstimo.

No bicicletário da estação Butantã, estão localizados, ainda, o serviço de empréstimo do Instituto Parada Vital, que administra bicicletários em outras estações do metrô e que vai oferecer 10 bicicletas nesse local, e mais 70 vagas para estacionamento de bikes. O espaço recebeu o nome de “Antonio Bertolucci”, em homenagem ao ciclista de 68 anos que morreu atropelado em junho deste ano, em uma alça de acesso à avenida Sumaré, na Zona Oeste da cidade.

Política de uso de bicicletas
O evento, que também comemorou o Dia Mundial Sem Carro, contou com a participação de idealizadores do projeto e de representantes da USP, do metrô, da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos e do Instituto Parada Vital. Na cerimônia, foram discutidos a importância dos bicicletários para o sistema de transportes de São Paulo e os esforços para que as adaptações de infraestrutura necessárias sejam realizadas.

Para o presidente do Metrô, Sérgio Avelleda, a inauguração do bicicletário da estação Butantã e da ciclorrota representa mais do que apenas a ligação entre o metrô e a USP. “Estamos dando mais um passo em uma política de incentivo ao uso da bicicleta na cidade de São Paulo”. Ele citou, ainda, dados de uma pesquisa de origem e destino desenvolvida pelo metrô, que comprovam que 70% das mais de 300 mil viagens diárias realizadas de bicicleta são por motivo de trabalho. “Se nós criarmos pontos como esse, de recepção de bicicletas, estamos ajudando essas pessoas”.

De acordo com Ismail Caetano, presidente do Instituto Parada Vital, não há como negar que houve avanços em relação a esse tema. Com a unidade da estação Butantã, esse já é o 24º bicicletário sob responsabilidade do Instituto na cidade. “Tudo isso é possível hoje porque alguém deu algum passo lá atrás e tornou esse movimento importante”, afirma.

O secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, explica que a ideia de instalar um ponto do Pedalusp no metrô surgiu dos responsáveis pelo sistema, que entraram em contato com ele e propuseram o projeto. “Estamos dando esse espaço para eles, para que possam usar da forma que for mais conveniente”. Sobre a possibilidade de haver outras bases do Pedalusp fora da Universidade, como na estação Cidade Universitária da CPTM, por exemplo, Fernandes afirmou que teria o total apoio da Secretaria. “Podemos começar a hora que quiserem”, disse.

Segundo André Pascoalini, ciclista que escreve no blog O Bicicreteiro, “o bicicletário é uma das formas de tirar carro da rua”. Para ele, essas iniciativas são também uma forma de popularizar o uso e de democratizar a mobilidade de todas as pessoas. “A bicicleta iguala todo mundo: desde o diretor de empresa até o porteiro do prédio, todo mundo pedala”, diz.

O projeto
O Pedalusp foi criado por ex-alunos da Escola Politécnica (Poli) da USP como um projeto de conclusão de curso. A ideia surgiu a partir de um modelo de empréstimo da França, país para onde os estudantes viajaram em intercâmbio, com o objetivo de melhorar a mobilidade das pessoas dentro da Universidade. Maurício Villar, um dos criadores do sistema, conta que não imaginava que o sistema avançaria até fora dos muros da USP tão cedo. “Sair da USP foi uma grata surpresa”, afirma.

Entretanto, Villar explica que o principal compromisso do Pedalusp é que os seus serviços se expandam para dentro da Cidade Universitária. “Vamos nos focar dentro do campus, para ter um projeto bem bacana lá dentro”, completa. As bases de empréstimos da Poli foram desativadas por enquanto, porque apenas faziam parte dos testes do sistema. Porém, futuramente, a Escola vai receber um dos 10 pontos do Pedalusp que estão previstos no projeto e que vão disponibilizar 100 bicicletas para empréstimo.

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