A
primeira pergunta que deve ser feita é mais abrangente: Estudar mais
significa ganhar mais? Os dados mostram que uma maior quantidade de anos
de estudo normalmente propicia uma maior aceitação pelo mercado, além
de uma melhor remuneração. O gráfico a seguir, desenvolvido com dados do
Censo Demográfico do ano de 2000, responde à nossa pergunta: Vale a
pena fazer uma pós-graduação! MUITO!
Se já existe um salto no nível salarial entre os indivíduos que
possuem ensino médio e aqueles que possuem curso superior, aquele que
possuem uma pós-graduação sobe mais um degrau. Uma pesquisa realizada
pela Fundação Getúlio Vargas em 2008 aponta que cada ano de estudo a
mais aumenta 15,07% o salário do profissional.
Outro dado importante que pode ser retirado da pesquisa realizada
pela FGV é que quanto maior a escolaridade, maior a chance de ocupação,
ou seja, diminui o tempo em busca de um emprego.
E o que é MBA
E o que é MBA
No Brasil, se tornou comum nos últimos anos uma modalidade de curso
denominada MBA, ou, no original em inglês, Master of Business
Administration. Ao contrário do que acontece nos Estados Unidos e na
Europa, onde são cursos Stricto Sensu, os cursos de MBA brasileiros
possuem natureza e nível equivalentes aos programas de Pós-graduação
Lato Sensu.
O objetivo do MBA é proporcionar ao formando uma visão global do
funcionamento de uma empresa, capacitando-o a dirigi-la, já que, além
dos aspectos técnicos de cada área, a liderança também é desenvolvida.
O MBA, por natureza, é um curso com conteúdo generalista, onde o
aluno adquire uma visão abrangente, e não especifica do ambiente dos
negócios. Assim, seu currículo inclui disciplinas relacionadas à
economia, finanças, marketing, administração estratégica, contabilidade
gerencial e comportamento organizacional. Neste aspecto, o MBA difere
dos outros programas de especialização Lato Sensu, que valoriza uma área
especifica do contexto gerencial.
O bom MBA deve ter disciplinas relacionadas a métodos quantitativos,
como matemática e tecnologia, especialmente para estudantes não
familiarizados com esses assuntos, um bom conjunto de disciplinas
eletivas, proporcionar um networking para os alunos, estimulando as
atividades em grupo, contar com palestras freqüentes com altos
executivos e profissionais de renome no mercado.
Porém, como os MBAs não são fiscalizados pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), não há controle
oficial sobre a qualidade e o conteúdo de cursos oferecidos com este
nome no Brasil.
Ao lado de cursos reconhecidamente excelentes, existem muitos cursos
são vendidos como MBA, mas que em nada diferem de um curso de
especialização Lato Sensu.
Dois tipos de cursos são oferecidos no país sob o termo MBA. O
primeiro deles, chamado normalmente de MBA executivo, segue o padrão da
formação generalista original dos MBAs americanos. Normalmente dirigido a
quem já está empregado e exerce cargo de chefia, o MBA executivo
prepara o aluno para dirigir uma empresa, oferecendo uma visão de todos
os aspectos de uma organização.
O segundo tipo de curso são os MBA específicos. Apesar de gerar muita
discussão do ponto de vista acadêmico, este é o tipo de curso que mais
cresce atualmente.
A discussão ocorre pois o aspecto principal e diferenciador do MBA é
exatamente o caráter generalista. Se o curso é específico, trata-se de
uma especialização. Apesar de toda a discussão, algumas excelentes
instituições oferecem bons MBAs específicos, como os das áreas de
finanças, RH e Marketing.
Normalmente mais caro e com mais horas-aula do que os cursos de
especialização Lato Sensu, os MBA cresceram de forma tão acelerada nos
últimos anos que, em algumas áreas do mercado de trabalho, como a
financeira, deixaram de ser um diferencial para quem quer buscar uma boa
colocação, passando a quase uma obrigação.
No ano de 2008, fiz uma pesquisa com recrutadores de 242 empresas de
São Paulo, capital (123 nacionais, 92 multinacionais e 27 públicas), e
que foi publicada em uma coluna do consultor Max Gehringer.
Do total dos recrutadores entrevistados,
66% afirmaram que o fato do candidato ter cursado uma pós-graduação é
fundamental para a contratação. Considerando apenas esse grupo de
recrutadores, 74,7% preferem o candidato que cursou um MBA e 25,3% não
vêem diferença entre o MBA e a especialização.
Outra pergunta feita na pesquisa procurava levantar a importância do
nome e do reconhecimento da instituição de ensino. 84,9% dos
recrutadores afirmaram que escolhem os candidatos que cursaram
instituições reconhecidamente excelentes.
A última pergunta procurou levantar o conhecimento dos recrutadores
sobre as diferenças entre os cursos de MBA e especialização. 74,2% dos
respondentes consideram que o MBA forma um profissional mais completo,
apesar da grande maioria não saber explicar as diferenças entre os
cursos.
A pesquisa mostra que, apesar do MEC não diferenciar os cursos de
especialização e MBA, o mercado continua a valorizar a sigla. O
investimento ainda vale a pena, mas é importante selecionar
adequadamente a instituição.
Fabiano Caxito, coordenador dos cursos de MBA em
Supply Chain Management, Gastão Comercial, Gestão de Novos Negócios e
Gestão de Departamento de Pessoal da Universidade Cidade de São Paulo
instituição na qual é professor do curso de Graduação Tecnológica e
assessor da Pró-reitoria de Assuntos Comunitários, Culturais e de
Extensão.
fonte: http://www.vidauniversitaria.com.br/blog/?p=63263
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