Internet (fonte: Revista Espaço Aberto)
Patrimônio WEB, ferramenta desenvolvida pela Compatrim, simplifica processo de movimentação de bens na Universidade
Os e-mails substituíram as cartas. O uso de cartão
bancário até em transações de baixo valor, ao invés de notas de
dinheiro, é cada vez mais frequente. Em 2010, o centenário Jornal do Brasil
aposentou sua versão impressa e passou a funcionar somente on-line.
Agora, até os livros ameaçam migrar para o meio digital. A tendência a
aderir à praticidade oferecida pelos avanços das técnicas virtuais no
século 21 atinge a sociedade das mais variadas maneiras.
Na USP não é diferente. Foi criado no final do ano passado, por
exemplo, o Currículoweb, recurso que permite que o próprio servidor
técnico ou administrativo preencha seu currículo digital, cadastrando a
formação adquirida em cursos, congressos, palestras e experiências
profissionais.
E a história se repete. A Compatrim – Subcomissão de Patrimônio da
Gefim (Gestão Financeira e de Materiais) lançou em maio o Patrimônio
WEB, novo sistema virtual de gerenciamento do patrimônio da
Universidade. Trata-se de uma plataforma que proporcionará aos usuários a
possibilidade de regularizar, movimentar e disponibilizar – dentro de
seus departamentos – os bens móveis sobre os quais possuem
responsabilidade.
A Compatrim foi criada em 2001 e é formada por 13 representantes de
nove diferentes unidades da USP. A subcomissão é responsável por
desenvolver a metodologia e a sistemática de trabalho na área de gestão
patrimonial da Universidade. Entende-se, por patrimônio, todos os bens
permanentes: de um navio do Instituto Oceanográfico ao computador na
sala de um funcionário ou docente.
A ferramenta foi implantada dentro do Mercúrio WEB
e tem como objetivo organizar de modo mais eficiente o processo de
gestão interdepartamental de bens móveis. Este, até então, era feito
através de papel e acumulava pilhas e mais pilhas de formulários,
memorandos e outros documentos, burocracia que trazia complicações.
Segundo Adriana Mello, funcionária do Serviço de Patrimônio da Reitoria e
coordenadora da Compatrim, apenas de 30% a 40% das movimentações eram
notificadas. “Os móveis andam, se deslocam, e os últimos a saber somos
nós”, declara. “Informação tem que ser em tempo real. O papel não
chegava. Criamos o Patrimônio WEB para minimizar este problema.”
O sistema busca dar aos funcionários um novo olhar sobre a gestão de
patrimônio da Universidade. A interatividade por ele proporcionada faz
com que cada um possa controlar seu próprio inventário, alterando ou
confirmando a responsabilidade sobre determinado bem ou até
disponibilizando novos. Para o responsável pelo patrimônio do CCE
(Centro de Computação Eletrônica), e também coordenador da Compatrim,
Valter Aparecido Moreira, “isso mostra a importância que aquele bem tem
para o usuário. Ele vai perceber que é o responsável e que não ter este
controle pode trazer problemas”. Na era do papel, o funcionário, ao
movimentar um móvel, preenchia um formulário, passava-o para o
responsável pelo patrimônio local e se livrava da preocupação de ter que
administrar essa movimentação. Agora, com o Patrimônio WEB, isso mudou.
“É um inventário simultâneo. Algo que chamamos de gestão patrimonial
compartilhada”, explica Adriana.
As pesquisas para a implantação do projeto começaram a ser
desenvolvidas em 2009, quando a Compatrim fez um mapeamento da
quantidade de responsáveis por patrimônio em 70 unidades da Universidade
e constatou, por exemplo, que em 37 delas havia apenas um, e que em
somente sete havia quatro ou mais. Conforme declara Moreira, este
levantamento “foi importante porque, além dos dados obtidos, mostrou
para os diretores das instituições a necessidade da criação do
Patrimônio WEB”.
Por enquanto, a ferramenta está funcionando apenas nas unidades às
quais pertencem os membros da Compatrim: Reitoria, CCE, FCF, IP, Esalq,
IQ, ICB, FMVZ e HU. Ela será liberada para toda a Universidade em
blocos, após os responsáveis pelo patrimônio de cada unidade terem
recebido o devido treinamento – a ser passado pelos integrantes da
subcomissão – e difundido este para o restante de suas instituições. A
previsão é que ao final da primeira quinzena de agosto o sistema já
esteja em pleno funcionamento.
Funções e atribuições
A princípio, a utilização do Patrimônio WEB pode parecer difícil, já
que os usuários terão que aprender a lidar com uma nova ferramenta. Mas
uma vez assimilada, ela oferecerá maior praticidade. “Vamos sair da área
de conforto do papel, mas só até digerirmos o sistema. Depois vai ficar
bem mais fácil”, diz Adriana.
São três funções diferentes: usuário local, responsável local e
responsável pelo patrimônio. O primeiro tem o dever de confirmar e
alterar a responsabilidade sobre os bens dos quais tem a posse, além de
incluir novos no sistema ou identificar aqueles que não estão
etiquetados. O segundo, por sua vez, autoriza as ações solicitadas pelos
usuários, cuidando de uma maneira geral dos bens do setor por ele
chefiado. Por fim, o responsável pelo patrimônio acompanha as
movimentações em todos os centros de sua instituição, gerenciando o
patrimônio da unidade como um todo.
Para João Salla, funcionário do ICMC (Instituto de Ciências
Matemáticas e de Computação) da USP São Carlos e presidente da Gefim, a
ferramenta provoca uma sinergia para que as pessoas se comuniquem,
troquem ideias e organizem com eficiência a questão do patrimônio da
Universidade. “O Patrimônio WEB é uma mudança de paradigma”, declara. “É
um ganho de eficiência, de racionalização do sistema. Esperamos que ele
traga todos estes benefícios para nós: agilização, economia de papel e
economia de tempo.”
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